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Oceanos e alterações climáticas

11 - Maio - 2013

image A desaceleração do aquecimento global do planeta (desde 2000) pode dever-se ao facto de os oceanos terem absorvido calor nos anos mais quentes de sempre, desde 1998. Fenómenos como o "La Niña" trouxeram para a superfície do Oceano Pacífico águas profundas e mais frias, aumentando a capacidade de absorção de calor e retardando a sua libertação para a atmosfera. Segundo um estudo liderado por Virginie Guemas, do Instituto de Ciências do Clima da Catalunha (Barcelona, Espanha) e recentemente publicado na revista ‘Nature Climate Change’, o calor retido nas águas oceânicas poderá no entanto ser devolvido à atmosfera e provocar uma aceleração do aquecimento na próxima década. A opinião é partilhada por Caroline Katsman, do Instituto de Meteorologia da Holanda, com base em estudos anteriores.
A opinião dos investigadores é um novo sinal de alarme, já que a desaceleração é apenas temporária e pode ser o prenúncio de um novo ciclo de agravamento rápido das alterações climáticas. O aquecimento das águas oceânicas está a atingir níveis sem precedentes, mesmo a maiores profundidades, revela, por seu turno um estudo de Kevin Trenberth, do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas (EUA), publicado na revista ‘Geophysical Research Letters’.
O processo de aquecimento global está muito longe de ser linear e os cientistas ainda não conseguiram estabelecer modelos de evolução. As incertezas e controvérsias mantêm-se a este respeito. Bjorn Lomborg, o autor de "O Ambientalista Céptico" usou dados estatísticos para indicar que o ritmo de aquecimento não era tão grave quanto se pensava e que um aquecimento moderado poderia ser benéfico para a saúde e para a produção agrícola. O IPCC (Painel Intergovernamental da ONU para as Alterações Climáticas) já corrigiu o prognóstico de 2007 segundo o qual o gelo dos Himalaias iria desaparecer até 2035. As previsões quanto a chuvas e quanto a altura das águas são ainda incertas a longo prazo. Investigadores holandeses afirmam que parte do gelo derretido da Antárctida volta a solidificar. É certo que a água do degelo gela mais rapidamente que a água com mais elevado teor de sal, mas a recuperação do gelo não está ainda suficientemente provada.

Fonte de informação: Reuters

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